As vezes penso que somos como elas.
Havia aquela árvore, grande...
Sempre carregada de frutas.
Não sei quais eram; eram belas,
surgiam como flores, brotos, verdes.
Ficavam um bom tempo lá, paradas,
observando o mundo de cima, mostrando,
ar de superioridade, incerteza.
E por que não dizer que somos como elas?
Passava o vento, agitava as folhas...
As frutas balançavam,
ameaçavam cair, não caíam!
Não adiantava; não era hora.
Observava-as, contemplando.
Vez ou outra uma desistia,
saía da companhia fraterna...
Porque talvez sejamos como elas.
Passar uma parte da vida dependurados,
olhar o nosso mundo, de um ângulo diferente!
Estar tão perto da alegria, do céu...
O tempo corroi.
Deixa-nos insensíveis, precisos;
a atração natural finalmente acontece,
cedemos espaço ao espaço, caímos.
Pesadamente em direção ao novo mundo,
um novo sentimento.
Creio que caímos, em direção a um nascimento...
Já mencionei que parecemos com elas?
"Sabe, não me lembro bem como esse texto surgiu, mas sei que foi algo sobre como vemos e vivemos o mundo. Não é dos melhores, mas o recado foi dado. Até, caríssimos." =D