Retrato Falado Fatal
Outro dia desenhei algo.
Usei minha imaginação e fiz:
animais, flores, coisas e gente.
Cada um ficou incrível.
Os animais pareciam vivos;
alguns belos e exuberantes,
aves com penas brilhantes,
macacos de aspectos fascinantes,
e peixes traçados como diamantes.
Já as flores ficaram atraentes.
Rosas com um vermelho carmim,
brancas e perfumadas jasmins,
orquídeas que digo sincero:
jamais vi algo assim.
Para retratar o mundo,
desenhei algumas coisas...
Prédios, pontes, carros.
Tudo o que se vê por aí.
Mas esses me deram um pesar...
Que simplesmente não sei explicar.
E por fim fiz o homem.
Bem composto, visível e vestido.
O que eu não esperava, foi ocorrido.
O homem que fiz, destruiu:
tudo o que fiz.
As flores, as aves, macacos, construções...
Tudo para justificar a sua sede,
seu egocentrismo de gerações,
sua armadura dura feito parede,
seu sentimento por sentir-se superior...
***
Outro dia desenhei:
novamente o homem,
porém com um desafio.
Ele por cima da natureza,
e a sua vida por um fio.
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